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Vol. 1, No. 10 ABRIL DE 1993 AFEIÇÃO (Compilado e editado pela Equipe do Christian Digest)
Esta edição do Christian Digest enfoca uma qualidade que é a marca do verdadeiro Cristão: amor e afeto genuíno segundo os padrões divinos. Este foi um dos mandamentos que Jesus nos deixou quando partiu e pelo qual a humanidade reconheceria que pertencemos a Ele. "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (João 13:34,35). A palavra grega que define "afeição" é frequentemente traduzida na Bíblia por "amor", e é usada em vários sentidos no Novo Testamento. É empregada nos Evangelhos quando Jesus foi "movido de grande compaixão" para curar um leproso (Marcos 1:41) ou quando viu as multidões "desgarradas e errantes, como ovelhas sem pastor" (Mateus 9:36). Paulo a usa nas Epístolas quando diz: "Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo" (Filipenses 1:8). Era um termo que significava profundo interesse e amor. Os seguintes artigos, de autores seculares e cristãos, enfatizam a importância do amor, do afeto, do contato físico, de um abraço e interesse sincero pelos outros. Esperamos que ajude você a estender suas mãos para os outros para ajudá-los a levar suas cargas, "amando-se cordialmente uns aos outros", "tendo, sobretudo, ardente amor uns para com os outros" (Gálatas 6:2; Romanos 12:10; 1Pedro 4:8).
A TERAPIA DO CONTATO FÍSICO Trechos do livro Touch Terapy, de Helen Colton (New York, Editora Kensignton, 1983)
TATO: UM SENTIDO PERDIDO O tato é o sentido mais importante e mais necessário. Podemos sobreviver sem visão, que é o caso dos cegos. Podemos sobreviver sem audição, que é o caso dos surdos. Podemos sobreviver sem o paladar, algo que acontece com muitos de nós. Podemos sobreviver sem o olfato; o olfato é o primeiro de nossos sentidos a ficar inativo quando adormecemos e o último a ficar ativo quando acordamos -- razão pela qual muitas pessoas não conseguem sentir cheiro de fumaça de um incêndio quando estão dormindo. Mas não podemos sobreviver nem viver com um mínimo de bem-estar e saúde mental quando não sentimos quando alguém nos toca. A perda total do nosso sentido do tato pode causar um colapso psicótico. Cada um de nós nasce com uma intensa carência de contato físico. Quando nascemos, obtemos todas as sensações e informações através do maior órgão do nosso corpo: a pele. As sensações táteis que recebemos quando nos aconchegamos num corpo quente, sentir um coração pulsando enquanto se mama de um seio ou de uma mamadeira, é vital para a nossa sobrevivência. Tais sensações geram energia que passa por nossos canais neurológicos e contribuem para a formação de reações bioquímicas que permitem que o nosso cérebro se desenvolva e funcione. Quando somos bebês, parte de nossas necessidades táteis são satisfeitas -- porém não o bastante, como veremos na próxima seção -- quando nos alimentam, trocam a nossa fralda, nos dão banho e nos carregam. Mas quando começamos a nos locomover sozinhos, frequentemente esse contato diminui ou termina. Muitos de nós passamos a vida inteira com uma grande carência de contato físico. Sofremos de subnutrição dos sentidos e raramente temos aquela gloriosa sensação de sentir que essa necessidade de contato físico está totalmente satisfeita. É uma ironia que na nossa sociedade, em que as pessoas se sentem pouco à vontade com contato físico e é algo que geralmente não é encorajado, isso seja claramente incentivado quando se tem em vista o lucro. Muitos comerciais na televisão e nas revistas, no fundo apelam para o nosso sentido de prazer através do tato. Comerciais de papel higiênico nos dizem como o deles é "o mais macio, o máximo da maciez". O rosto de um homem é mais agradável de tocar quando ele usa creme de barbear ou after shave de uma determinada marca. O cabelo fica mais macio quando lavado com o produto do anunciante. Mas quando as pessoas falam de contato físico por razões espirituais -- "saudarem-se umas às outras com ósculo [beijo] santo" e um abraço fraterno por exemplo -- são consideradas esquisitas, hippies ou obcecadas por sexo. Estamos muito longe de nos sentirmos à vontade com o contato físico. Falamos da necessidade de contato físico, mas não agimos de acordo com isso. Escute estas expressões do dia a dia: Dizemos que uma experiência sentimental ou emocional foi comovente e "realente me tocou". Dizemos a um orador inspirado: "Seu discurso me tocou profundamente". O poeta diz: "Sinto um toque primaveril nessas palavras". Alguns comentam de uma pessoa amável ou generosa: "Isso foi um toque de amabilidade". Dizemos de uma pessoa melindrosa: "Não se pode nem chegar perto dela". (Na verdade uma pessoa melindrosa seria menos melindrosa se as pessoas chegassem mais perto dela e ela tivesse mais contato físico com os outros.)
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